"Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!"
Bom...agora eu sei....o autor é Augusto dos Anjos
Obrigado desconhecido! =D
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4 comentários:
Augusto dos Anjos
Obrigado!
Esdras,
não é toda pessoa que tem o dom de escrever poesias, ler e entender seus significados.
Você tem esse dom, parabéns!
Aqui em BH estão colocando poesias nos bancos de ônibus, é um projeto da Faculdade de Letras da UFMG, achei bem legal. Cultura mais acessível à população.
Beijos Lú
Amigoo, esse é um clássico de um grande poeta niilista chamado Augusto dos Anjos. Adoro essa poesia, ela se chama Psicologia de um vencido- sugestivo, não?! =) Ela está no único livro q chegou a ser publicado do autor: "Eu e Outras Poesias".
Bjooos!
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